Apontado como o mandante do crime, tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira é suspeito de receber 'espólio' do tráfico
Foto: Domingos Peixoto / Agência O GloboAmpliar
Tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira disse ser inocente
Apontado pela polícia como o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, foi transferido na noite da última terça-feira (27) para o presídio de segurança máxima Bangu 1, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os outros sete PMs suspeitos de envolvimento no crime também foram removidos para esta unidade.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), a transferência ocorreu porque a penitenciária possui cela individual, visitação restrita e maior controle no que diz respeito à convivência.
Ex-comandante do batalhão de São Gonçalo (7º BPM) na época em que Acioli foi morta (no dia 11 de agosto), Cláudio Luiz foi acusado de ser o mandante por um dos três PMs que foram presos inicialmente pelo assassinato. O policial decidiu falar em troca de receber o benefício da delação premiada (redução da pena). O oficial teve a prisão temporária de 15 dias decretada pela Justiça.
Em depoimento na Justiça, o cabo (cujo nome não foi revelado) afirmou que Cláudio Luiz decidiu pela morte da juíza porque temia que ela decretasse sua prisão. Ontem, o titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, delegado Felipe Ettore, afirmou que Patrícia Acioli investigava o oficial por homicídios e corrupção.
Segundo o cabo, o então comandante participava da divisão do espólio de traficantes (bens que eram apreendidos com os criminosos e não eram levados para a delegacia).
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O cabo teria dito que, por duas vezes, os PMs que trabalhavam no GAT (Grupo de Ações Táticas) tentaram matar a magistrada mas não conseguiram. Uma das ocasiões, um dos policiais não viu a hora em que Patrícia Acioli havia saído de casa. Da outra vez, a juíza saiu acompanhada.
O mesmo policial disse também que o tenente Daniel dos Santos Benítez, um dos presos por ligação com o crime, planejou contratar uma milícia para matar Patrícia Acioli. Disse ainda que as armas usadas no assassinato foram fruto de apreensões e que um carro que deu cobertura aos atiradores foi incendiado.
O cabo disse ainda que Cláudio Luiz de Oliveira pretendia ser transferido para o 14º BPM (Bangu) sob alegação de que o lucro com o espólio de traficantes seria maior.
No início deste mês, o tenente-coronel foi transferido para o 22º BPM (Complexo da Maré). No entanto, com a acusação contra ele, acabou exonerado.
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