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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Artesanato com bagaço de cana e casca da laranja

Uma paisagem formada por quilômetros de canaviais e pomares de laranja. Araraquara ocupa a segunda posição em produção de cana de açúcar e álcool do estado de São Paulo. Além disso, é um dos maiores exportadores de suco de laranja do país. A região responde por 96% da produção brasileira de suco cítrico.
Culturas agrícolas comuns para a população de quase 200 mil habitantes, mas que inspiraram Rosa Maria Alves Cunha e Dalvo Rodrigues Alves, que toda semana procuram por bagaços de cana e cascas de laranja. O garapeiro Sidney não entendia bem a utilidade dos restos que jogava no lixo.
- Eu pensava que o bagaço de cana servia apenas para alimentar o gado - recorda Sidney.
Mas, para o aposentado Dalvo...
- Isso daqui para mim não tem preço vale ouro!
Para escolher a laranja, o suco é o que menos importa. A seleção é feita pela casca.
- Nós normalmente escolhemos as com casquinha mais lisa e fresquinha para que não tenha problema e danifique o trabalho. Para nós o importante é a casca sadia – ensina a artesã Rosa.
Com o material adquirido pelo casal são produzidas peças de decoração e utilidade doméstica. Vasilhames e copos plásticos são revestidos com bagaço de cana. Quadros e fruteiras são 100% bagaço maciço. O relógio, que custa R$ 28, também é pura cana. Colares e pequenas bijuterias da terra canavieira representam um bom lucro. Com a casca da laranja são feitos porta-jóias. A casca é virada ao avesso e depois de seca passa pela pirografia. Cada porta-jóias custa R$ 6. A casca cítrica também forma argola de brinco.
Na área de lazer da chácara onde os artesãos trabalham são produzidas mil peças por mês e é a cana-de-açúcar com fibras muito duras a matéria prima mais trabalhosa.
O bagaço da cana precisa de um cuidado especial. É necessário fervê-lo com soda cáustica para retirar o açúcar e as impurezas. Depois, ele é batido em um liquidificador. Só então está pronto para as artesãs. O colorido das peças é feito com tintura de roupa que personaliza o trabalho. Muitas das criações já foram enviadas para exposições de arte na Itália e Estados Unidos. Um caminho que materiais abundantes e baratos devem seguir.
- Nós estamos sempre estudando em cima de novas técnias para melhorar cada vez mais. E pretendemos continuar, não parar por aí. Já ouvi alguém que disse: vocês transformam o lixo em luxo. Isso para nós é muito gratificante - finaliza.
Para o consultor Paulo Ribeiro, do Sebrae de Araraquara, o que faz a grande propaganda é um produto diferenciado.
- Por ser um produto diferenciado, ao se juntar outros produtos, vai gerar um mix que é o produto brasileiro. E é isso que a gente quer levar pra fora – espera.
Para obter mais informações sobre o apoio do Sebrae ao artesanato procure um Balcão mais próximo ou visite o site http://www.sebrae.com.br.