Quase todo livro de "Introdução à Psicologia" fala de Wundt como inventor da mesma. Isso até está correto para a Psicologia moderna, parida nos laboratórios de psicofísica experimental desse alemão, em 1879.
Mas o verdadeiro pai da Psicologia, inclusive sendo o homem que lhe deu nome, foiAristóteles.
Aristóteles: pra mim,
o verdadeiro pai da Psicologia
Enquanto Platão era por demais abstrato, preocupado as eidos, ou idéias puras, Aristóteles se perguntou: "Como as idéias afetam a matéria? Como uma alma surge no corpo?"
Aristóteles inaugurou as discussões psicológicas na Filosofia Clássica, indo além dos debates éticos de Sócrates e da Metafísica etérea de Platão. Aristóteles queria saber de forma concreta, precisa, partindo do mundo que via. Esse, aliás, é um grande mérito desse filósofo.
Depois de escrever sua obra mais importante, "Metafísica" (na qual estuda a natureza da realidade), Aristóteles resolve criar um adendo, um ensaio metafísico sobre o intelecto humano.
Nasce daí o livro "Sobre A Alma", no qual o filósofo populariza (cunha?) o termo "Psicologia", que seria um ramo da filosofia metafísica focado no estudo da alma humana em interação com um corpo material.
Aristóteles diz que a alma não é uma energia ou algo como um espírito. É uma potência que emerge do corpo, a partir de suas funções básicas:
a) manutenção vegetativa dos órgãos funcionando (A alma como gerente do organismo)
b) percepção sensorial
c) intelecto (criação de idéias, raciocínios, etc)
d) apetites (motivações)
e) locomoção (mover-se, em busca dos objetos motivadores, tais como comida, sexo, amor, etc)
Acreditem, a Psicologia ainda é muito
Aristotélica, até hoje !
A partir daí, Aristóteles enfoca o aspecto sensorial e intelectual, para escrever um ensaio de como a alma (que hoje seria chamada "mente") apreende a realidade exterior e a transforma em realidade interior.
O cerne do livro é a explicação do intelecto (que hoje chamariam de "cognições"). Aristóteles, ao falar sobre a Alma, define o intelecto como verdadeiro objeto de estudo.
Notaram?
Aristóteles, como bom grego, deixa de lado uma série de coisas, para enfatizar o intelecto:
1) O contexto social em que o corpo-alma age (as contingências)
2) A constituição do organismo, o desenvolvimento do corpo (a história biológica do mesmo)
3) O papel das emoções (que aliás foi bastante falado por Hipócrates)
Ora, ora, ora...
Até aí tudo bem. São os limites históricos desse autor, ué.
O problema é que é comum ler textos mais recentes de Psicologia (assim, do nosso século) e achar a mesma tendência aristotélica: enfatizar o intelecto e o individual, e desprezar o corpo-emoções-social, enfim, as contingências em que as pessoas vivem.
"Psicologia", diria Aristóteles, "é o estudo do intelecto, conforme ele nasce no interior da alma".
"Psicologia", diriam muitos psicólogos hoje, "é um estudo do aspecto mental do indivíduo, de sua vida interior".
Os escritos do Pai da Psicologia ainda imperam:
a maioria dos psicólogos são aristotélicos, mesmo sem o saber
É incrível como 2300 anos depois do livro "Sobre A Alma", os psicólogos ainda estão discutindo os mesmos temas, e sobre os mesmos viéses (Ex: "Devemos enfatizar o indivíduo e sua interioridade". Claro, afinal, desde Aristóteles é assim, né?).
Até aí tudo bem, vai lá... Afinal, alguns temas clássicos o são justamente porque sempre serão discutidos mesmo. E isso é até bom, em certa medida...
O problema é que os psicólogos não apenas ainda discutem os mesmos temas mas que, 2300 anos depois, ainda chegam às mesmas conclusões !
Quase todo livro de "Introdução à Psicologia" fala de Wundt como inventor da mesma. Isso até está correto para a Psicologia moderna, parida nos laboratórios de psicofísica experimental desse alemão, em 1879.
Mas o verdadeiro pai da Psicologia, inclusive sendo o homem que lhe deu nome, foiAristóteles.
Enquanto Platão era por demais abstrato, preocupado as eidos, ou idéias puras, Aristóteles se perguntou: "Como as idéias afetam a matéria? Como uma alma surge no corpo?"
Aristóteles inaugurou as discussões psicológicas na Filosofia Clássica, indo além dos debates éticos de Sócrates e da Metafísica etérea de Platão. Aristóteles queria saber de forma concreta, precisa, partindo do mundo que via. Esse, aliás, é um grande mérito desse filósofo.
Depois de escrever sua obra mais importante, "Metafísica" (na qual estuda a natureza da realidade), Aristóteles resolve criar um adendo, um ensaio metafísico sobre o intelecto humano.
Nasce daí o livro "Sobre A Alma", no qual o filósofo populariza (cunha?) o termo "Psicologia", que seria um ramo da filosofia metafísica focado no estudo da alma humana em interação com um corpo material.
Aristóteles diz que a alma não é uma energia ou algo como um espírito. É uma potência que emerge do corpo, a partir de suas funções básicas:
a) manutenção vegetativa dos órgãos funcionando (A alma como gerente do organismo)
b) percepção sensorial
c) intelecto (criação de idéias, raciocínios, etc)
d) apetites (motivações)
e) locomoção (mover-se, em busca dos objetos motivadores, tais como comida, sexo, amor, etc)
A partir daí, Aristóteles enfoca o aspecto sensorial e intelectual, para escrever um ensaio de como a alma (que hoje seria chamada "mente") apreende a realidade exterior e a transforma em realidade interior.
O cerne do livro é a explicação do intelecto (que hoje chamariam de "cognições"). Aristóteles, ao falar sobre a Alma, define o intelecto como verdadeiro objeto de estudo.
Notaram?
Aristóteles, como bom grego, deixa de lado uma série de coisas, para enfatizar o intelecto:
1) O contexto social em que o corpo-alma age (as contingências)
2) A constituição do organismo, o desenvolvimento do corpo (a história biológica do mesmo)
3) O papel das emoções (que aliás foi bastante falado por Hipócrates)
Ora, ora, ora...
Até aí tudo bem. São os limites históricos desse autor, ué.
O problema é que é comum ler textos mais recentes de Psicologia (assim, do nosso século) e achar a mesma tendência aristotélica: enfatizar o intelecto e o individual, e desprezar o corpo-emoções-social, enfim, as contingências em que as pessoas vivem.
"Psicologia", diria Aristóteles, "é o estudo do intelecto, conforme ele nasce no interior da alma".
"Psicologia", diriam muitos psicólogos hoje, "é um estudo do aspecto mental do indivíduo, de sua vida interior".
É incrível como 2300 anos depois do livro "Sobre A Alma", os psicólogos ainda estão discutindo os mesmos temas, e sobre os mesmos viéses (Ex: "Devemos enfatizar o indivíduo e sua interioridade". Claro, afinal, desde Aristóteles é assim, né?).
Até aí tudo bem, vai lá... Afinal, alguns temas clássicos o são justamente porque sempre serão discutidos mesmo. E isso é até bom, em certa medida...
O problema é que os psicólogos não apenas ainda discutem os mesmos temas mas que, 2300 anos depois, ainda chegam às mesmas conclusões !
Mas o verdadeiro pai da Psicologia, inclusive sendo o homem que lhe deu nome, foiAristóteles.
Aristóteles: pra mim, o verdadeiro pai da Psicologia |
Enquanto Platão era por demais abstrato, preocupado as eidos, ou idéias puras, Aristóteles se perguntou: "Como as idéias afetam a matéria? Como uma alma surge no corpo?"
Aristóteles inaugurou as discussões psicológicas na Filosofia Clássica, indo além dos debates éticos de Sócrates e da Metafísica etérea de Platão. Aristóteles queria saber de forma concreta, precisa, partindo do mundo que via. Esse, aliás, é um grande mérito desse filósofo.
Depois de escrever sua obra mais importante, "Metafísica" (na qual estuda a natureza da realidade), Aristóteles resolve criar um adendo, um ensaio metafísico sobre o intelecto humano.
Nasce daí o livro "Sobre A Alma", no qual o filósofo populariza (cunha?) o termo "Psicologia", que seria um ramo da filosofia metafísica focado no estudo da alma humana em interação com um corpo material.
Aristóteles diz que a alma não é uma energia ou algo como um espírito. É uma potência que emerge do corpo, a partir de suas funções básicas:
a) manutenção vegetativa dos órgãos funcionando (A alma como gerente do organismo)
b) percepção sensorial
c) intelecto (criação de idéias, raciocínios, etc)
d) apetites (motivações)
e) locomoção (mover-se, em busca dos objetos motivadores, tais como comida, sexo, amor, etc)
Acreditem, a Psicologia ainda é muito Aristotélica, até hoje ! |
A partir daí, Aristóteles enfoca o aspecto sensorial e intelectual, para escrever um ensaio de como a alma (que hoje seria chamada "mente") apreende a realidade exterior e a transforma em realidade interior.
O cerne do livro é a explicação do intelecto (que hoje chamariam de "cognições"). Aristóteles, ao falar sobre a Alma, define o intelecto como verdadeiro objeto de estudo.
Notaram?
Aristóteles, como bom grego, deixa de lado uma série de coisas, para enfatizar o intelecto:
1) O contexto social em que o corpo-alma age (as contingências)
2) A constituição do organismo, o desenvolvimento do corpo (a história biológica do mesmo)
3) O papel das emoções (que aliás foi bastante falado por Hipócrates)
Ora, ora, ora...
Até aí tudo bem. São os limites históricos desse autor, ué.
O problema é que é comum ler textos mais recentes de Psicologia (assim, do nosso século) e achar a mesma tendência aristotélica: enfatizar o intelecto e o individual, e desprezar o corpo-emoções-social, enfim, as contingências em que as pessoas vivem.
"Psicologia", diria Aristóteles, "é o estudo do intelecto, conforme ele nasce no interior da alma".
"Psicologia", diriam muitos psicólogos hoje, "é um estudo do aspecto mental do indivíduo, de sua vida interior".
Os escritos do Pai da Psicologia ainda imperam: a maioria dos psicólogos são aristotélicos, mesmo sem o saber |
É incrível como 2300 anos depois do livro "Sobre A Alma", os psicólogos ainda estão discutindo os mesmos temas, e sobre os mesmos viéses (Ex: "Devemos enfatizar o indivíduo e sua interioridade". Claro, afinal, desde Aristóteles é assim, né?).
Até aí tudo bem, vai lá... Afinal, alguns temas clássicos o são justamente porque sempre serão discutidos mesmo. E isso é até bom, em certa medida...
O problema é que os psicólogos não apenas ainda discutem os mesmos temas mas que, 2300 anos depois, ainda chegam às mesmas conclusões !
Quase todo livro de "Introdução à Psicologia" fala de Wundt como inventor da mesma. Isso até está correto para a Psicologia moderna, parida nos laboratórios de psicofísica experimental desse alemão, em 1879.
Mas o verdadeiro pai da Psicologia, inclusive sendo o homem que lhe deu nome, foiAristóteles.
Aristóteles: pra mim, o verdadeiro pai da Psicologia |
Enquanto Platão era por demais abstrato, preocupado as eidos, ou idéias puras, Aristóteles se perguntou: "Como as idéias afetam a matéria? Como uma alma surge no corpo?"
Aristóteles inaugurou as discussões psicológicas na Filosofia Clássica, indo além dos debates éticos de Sócrates e da Metafísica etérea de Platão. Aristóteles queria saber de forma concreta, precisa, partindo do mundo que via. Esse, aliás, é um grande mérito desse filósofo.
Depois de escrever sua obra mais importante, "Metafísica" (na qual estuda a natureza da realidade), Aristóteles resolve criar um adendo, um ensaio metafísico sobre o intelecto humano.
Nasce daí o livro "Sobre A Alma", no qual o filósofo populariza (cunha?) o termo "Psicologia", que seria um ramo da filosofia metafísica focado no estudo da alma humana em interação com um corpo material.
Aristóteles diz que a alma não é uma energia ou algo como um espírito. É uma potência que emerge do corpo, a partir de suas funções básicas:
a) manutenção vegetativa dos órgãos funcionando (A alma como gerente do organismo)
b) percepção sensorial
c) intelecto (criação de idéias, raciocínios, etc)
d) apetites (motivações)
e) locomoção (mover-se, em busca dos objetos motivadores, tais como comida, sexo, amor, etc)
Acreditem, a Psicologia ainda é muito Aristotélica, até hoje ! |
A partir daí, Aristóteles enfoca o aspecto sensorial e intelectual, para escrever um ensaio de como a alma (que hoje seria chamada "mente") apreende a realidade exterior e a transforma em realidade interior.
O cerne do livro é a explicação do intelecto (que hoje chamariam de "cognições"). Aristóteles, ao falar sobre a Alma, define o intelecto como verdadeiro objeto de estudo.
Notaram?
Aristóteles, como bom grego, deixa de lado uma série de coisas, para enfatizar o intelecto:
1) O contexto social em que o corpo-alma age (as contingências)
2) A constituição do organismo, o desenvolvimento do corpo (a história biológica do mesmo)
3) O papel das emoções (que aliás foi bastante falado por Hipócrates)
Ora, ora, ora...
Até aí tudo bem. São os limites históricos desse autor, ué.
O problema é que é comum ler textos mais recentes de Psicologia (assim, do nosso século) e achar a mesma tendência aristotélica: enfatizar o intelecto e o individual, e desprezar o corpo-emoções-social, enfim, as contingências em que as pessoas vivem.
"Psicologia", diria Aristóteles, "é o estudo do intelecto, conforme ele nasce no interior da alma".
"Psicologia", diriam muitos psicólogos hoje, "é um estudo do aspecto mental do indivíduo, de sua vida interior".
Os escritos do Pai da Psicologia ainda imperam: a maioria dos psicólogos são aristotélicos, mesmo sem o saber |
É incrível como 2300 anos depois do livro "Sobre A Alma", os psicólogos ainda estão discutindo os mesmos temas, e sobre os mesmos viéses (Ex: "Devemos enfatizar o indivíduo e sua interioridade". Claro, afinal, desde Aristóteles é assim, né?).
Até aí tudo bem, vai lá... Afinal, alguns temas clássicos o são justamente porque sempre serão discutidos mesmo. E isso é até bom, em certa medida...
O problema é que os psicólogos não apenas ainda discutem os mesmos temas mas que, 2300 anos depois, ainda chegam às mesmas conclusões !
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem Vindos dê sua opinião.